Os advogados Angélica
Carlini e Luiz Celso explicaram não só os detalhes das regras, mas
o impacto que elas trazem para o setor, seja ele positivo ou não, e
também as funções das agências reguladoras e o poder das mesmas.
"Esperamos que este evento seja um elo inicial do nosso debate com
a ANS para discutirmos a complexidade do mercado de saúde buscando
concretizações", afirmou Ariovaldo Bracco, presidente da
Acoplan.
Para Angélica Carilini, a
ANS não vai parar de lançar Resoluções Normativas tão cedo. "Muita
regulação asfixia o setor ao invés de contribuir. Uma das funções
da Agência é contribuir para o desenvolvimento de ações de saúde no
País", observou ela. "Para isso, a autarquia tem de conhecer muito
bem o mercado e conversar com os players, ter uma agenda comum para
discutir prioridades e não esmagá-lo com controle
excessivo".
Na opinião da advogada,
esta postura não tem sido adotada por nenhuma agência reguladora,
independente do seu meio de atuação. Sobre o papel dos corretores
de planos de saúde diante deste cenário, a especialista destacou
que é preciso profissionalizar o canal de vendas e ter um material
de esclarecimentos para que os clientes entendam todas essas
mudanças que acontecem no setor. "As informações têm de ser
regionais porque o Brasil é muito grande e cada corretor precisa
estudar mais e se comunicar conforme o perfil do seu cliente,
criando canais para isso", orientou ela.
Outro entrave que
prejudica o setor, segundo Angélica, é a questão do consumo
sustentável."Também é dever dos corretores explicar a importância
da mutualidade no setor de saúde, evitando que conflitos cheguem ao
judiciário", alertou.
Mesma opinião compartilhou
o advogado Luiz Celso. Segundo ele, é preciso alertar os
beneficiários que exames só têm de ser feitos quando necessário.
"Quem paga a conta é a própria carteira", garantiu ele, que
completou: "E também o mutualismo".
Sobre as principais
mudanças causadas pelas RN?s 195 e 196, o especialista elencou a
reajuste fixado uma vez ao ano, a figura das administradoras de
benefícios, que passaram a ser reguladas pela ANS, formas de
contratação, carências, entre outros.
Para as operadoras, os
riscos que podem advir das recentes resoluções, na visão do
advogado, são a maneira como negociar e aplicar um único reajuste,
oportunidades de negócios e de observar o padrão adotado pela
concorrência. Já para as administradoras de benefícios, os riscos
são: fidelização da carteira, competitividade e a regulação, que
passou a ser feita pela autarquia.
"O canal de vendas terá
menos oportunidades por conta das restrições do mercado, mas os
corretores devem aproveitar o giro da carteira para prestar
serviços e fidelizá-la", acrescentou. "É importante que eles
fortaleçam e criem parcerias não só com as operadoras, mas também
com as administradoras de benefícios".