As fraudes em seguros continuam preocupando o mercado. De acordo
com o gerente de Proteção ao Seguro da CNseg, Leonardo Girão, 7,2%
dos sinistros avisados são suspeitos, ou seja, possuem algum
indício de irregularidade, conforme dados do Sistema de
Quantificação de Fraude (SQF) da entidade,
“Isso representa R$ 1,87 bilhão, com exceção de Saúde e
Previdência Complementar, sendo os ramos de Automóvel, Vida e
Transportes os mais afetados por tentativas de fraude”, destaca
Girão.
Ele ressalta ainda, que apenas em 2011, as fraudes comprovadas,
cujos sinistros foram negados, somaram aproximadamente R$ 338
milhões, o que correspondeu a 0,8% do total das receitas do mercado
de seguros.
Lavagem de dinheiro
Nesse contexto, o especialista lembra também que, segundo o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a lavagem de
dinheiro “constitui um conjunto de operações comerciais ou
financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país dos
recursos, bens e serviços que se originam ou estão ligados a atos
ilícitos”.
Girão explica que, em termos gerais, "lavar" recursos é fazer
com que produtos do crime pareçam legais. “A fraude contra o seguro
gera um impacto financeiro muito grande para o setor”, comenta.
Ele acrescentou que o mercado de seguros, capitalização e
previdência privada aberta, fiscalizado no Brasil pela Susep, “é um
dos setores vulneráveis à lavagem de dinheiro, que hipoteticamente
pode ser utilizada como instrumento destinado à inserção na
economia do dinheiro 'sujo' auferido com a fraude”, conclui.