Durante encontro, do Lide, o ministro falou sobre
questões prioritárias do setor como: registro de medicamentos,
obesidade, filas, falta de médicos, Santas Casas, PEP, Cartão SUS,
etc
Durante almoço-debate, promovido pelo Grupo de Líderes
Empresariais (Lide), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
discorreu sobre o momento da saúde brasileira e suas questões
prioritárias. O evento reuniu nesta segunda-feira (26/03) 328
participantes no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo.
Registro de medicamentos mais rápido
“O Sistema de Registro Eletrônico de Medicamentos trará redução
no prazo de análise da Anvisa para novos medicamentos, com a
finalidade de estimular a produção e aumentar a competitividade. O
prazo deverá ser igual ao do FDA americano. Para tanto, serão
contratados 314 servidores e 80% vão para a área de registro de
medicamentos para agilizar o processo já a partir de abril”,
afirmou Padilha, reiterando que é um grande incentivador da
desoneração de impostos dos medicamentos.
Transplantes e Obesidade
O ministro lembrou que quase 100% dos transplantes são
realizados pelo SUS e que cerca de 50 milhões de brasileiros são
usuários de plano de saúde. “O Brasil é o único país com mais de
100 milhões de habitantes a ter sistema total público”, garante.
Outra questão importante que precisa ser enfrentada é a obesidade.
“Temos 48,5% da população das capitais com excesso de peso e cerca
de R$ 500 milhões são investidos pelo SUS em problemas de
obesidade”.
Redução das filas
Uma das principais preocupações da população é com o tempo de
espera nos atendimentos em hospitais. “Estamos investindo em novas
tecnologias para reorganizar a taxa de ocupação”. O ministro
afirmou que hoje o Ministério de Saúde monitora online os
principais hospitais que fazem parte do grupo de
urgência/emergência e esse monitoramente trouxe, além da redução no
tempo de espera, a diminuição de perdas nas farmácias dos
ambulatórios, por exemplo.
Falta de médicos
A falta de médicos também permeou o debate. Segundo o ministro,
nos Estados Unidos, 25,9% dos médicos são formados fora do país,
enquanto que no Brasil esta taxa é de menos de 1%. “Temos forte
mercado para médicos, já que, para cada 1,5 de vaga formal
disponível, temos apenas um profissional”. Padilha lembra que é
preciso ter programa que estimule o profissional a trabalhar nos
bairros mais pobres ou nas cidades mais distantes.
Saúde suplementar x pública
Questionado sobre a dicotomia existente entre o sistema público
e privado, o ministro foi enfático: “a dicotomia é um atraso”. Ele
lembra que parte grande da população possui saúde suplementar e usa
SUS. “O SUS também não sobreviveria sem os hospitais privados e
filantrópicos, pois temos várias parceiras para transplantes, por
exemplo. A saúde suplementar aprende muito com a saúde pública,
como no caso do médico da família e saúde preventiva, e o público
também aprende com o privado como na tecnologia para gestão de
novos hospitais. O que importa é atender bem a população”,
finaliza.
Cartão SUS E PEP
Para Padilha, o cartão SUS e prontuário eletrônico são
importantes não só na redução de fraudes, mas também no melhor
atendimento do paciente, o acesso a exames que realizou,
medicamentos que utiliza, etc. “Combinado com isso, evitamos a
duplicidade de exames e, assim, o cartão mais prontuário trará
redução no desperdício”, finaliza.
Santas Casas
Sobre a questão de as Santas Casas prometerem parar atendimento
em abril, o ministro disse que, se estivesse na situação delas,
aproveitaria para utilizar mais os recursos do Ministério da Saúde.
“Em 2011 criou-se incentivos específicos pela qualidade do
atendimento prestado. Se a Santa Casa quer 100% SUS, recebe 20%
mais por procedimento; se quer participar de programa de
transplantes, recebe 60% mais”, garante Padilha.