Uma nova pesquisa da Universidade da Carolina do Norte (EUA)
conseguiu descobrir um dos mecanismos que fazem as emoções
influenciarem a saúde física das pessoas. A ambição do estudo era
medir o efeito da felicidade no corpo.
Os pesquisadores, liderados pela psicóloga Bethany Kok, do
Instituto Max Planck para Ciências do Cérebro e da Cognição,
demonstraram que emoções positivas levam a melhores conexões
sociais e essas, por sua vez, melhoram a saúde física, o que
aumenta a sensação de felicidade.
Para comprovar que essa "corrente da felicidade" atua
diretamente no corpo, os pesquisadores mediram a atividade do nervo
vago dos 65 participantes do estudo.
Esse nervo craniano tem a função de transmitir informações sobre
o funcionamento do corpo para o cérebro e coordenar as respostas
reflexas dos órgãos, como batimentos cardíacos, respiração e
contrações musculares.
A atividade basal (com a pessoa em repouso) do nervo vago de
cada participante foi medida no início e no final do estudo, que
durou 61 dias.
Nesse período, metade dos participantes frequentaram uma sessão
por semana de meditação da compaixão, técnica que busca o
desenvolvimento de sentimentos de amor e boa vontade para consigo
mesmo e com os outros (incluindo desafetos).
Durante a pesquisa, todos os participantes preencheram
relatórios sobre a intensidade das emoções sentidas a cada dia, em
uma lista de 20 emoções --de amor e serenidade a desprezo e ódio--
e deram notas para as suas interações sociais conforme a intimidade
e a conexão que sentiram ao se relacionarem com outras pessoas.
Em artigo publicado neste mês no jornal "Psychological Science",
os pesquisadores afirmam que a percepção das conexões sociais é o
mecanismo que faz com que as emoções positivas melhorem a saúde
física. E que técnicas de meditação como a usada no experimento são
uma forma de criar esse círculo virtuoso: emoções, conexão social e
boa saúde.