O
repertório de serviços das empresas seguradoras vai crescer e
diversificar nos próximos anos. Além dos serviços tradicionais,
como os seguros de vida, contra roubos ou colisões de automóveis,
furtos de bens pessoais e proteção contra incêndios, entre outros,
o segmento identifica perspectivas promissoras de expansão de novos
negócios vinculados aos riscos da internet. Maiores ganhos serão
gerados por empresas e cidadãos que buscam proteção contra
possíveis perdas de informações, invasão de sites ou interrupção de
serviços.
O
Marco Civil da Internet, legislação criada com o objetivo de
estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da
rede digital de comunicação, interação e de realização de
atividades comerciais, adotado pioneiramente no Brasil, vai
contribuir para a perspectiva favorável de vendas de apólices. A
iniciativa brasileira antecipa a tendência mundial de
regulamentação do meio, diante do aumento dos riscos associados à
exposição das organizações privadas e públicas, de empresas,
consumidores e da sociedade, além de governos.
Há
uma preocupação crescente em definir responsabilidade pela
segurança de conteúdos que circulam pelos ambientes virtuais.
Extravio ou roubo de dados, violação de leis de privacidade e de
propriedade intelectual, além de riscos relacionados às mídias
sociais, como ofensas e ataque à imagem de pessoas ou instituições,
integram a relação de eventos capazes de gerar ações em busca de
ressarcimento financeiro.
As
empresas também vão buscar seguros contra ataques externos, acesso
a dados protegidos e perda de informações. E devem ampliar
investimentos para resguardar as responsabilidades na preservação
de conteúdos de clientes, para ressarcir prejuízos financeiros
decorrentes de acesso indevido ou interrupção de sistemas causados
por ataques cibernéticos.
Influências – Com a contribuição do cenário de
regulamentação da internet, a consultoria PwC prevê que, nos
próximos cinco anos, o mercado de seguros vai enfrentar tantas
mudanças quanto as registradas nos 50 anos anteriores. Além do
impacto das tecnologias, naturalmente, as projeções incluem desde a
questão ambiental, que prevê os efeitos das mudanças climáticas,
com o aumento da gravidade e freqüência de eventos catastróficos,
até as mudanças demográficas, com o destaque para o aumento da
longevidade e o maior poder do consumidor, conectado ao mercado
global.
Três
grandes tendências vão transformar as carteiras de negócios e
estratégias nos próximos cinco anos, avaliam os executivos
entrevistados pela empresa de consultoria. Oitenta e seis por cento
deles identificam os avanços tecnológicos como o principal fator de
mudanças. A atenção deles estará voltada para fatores como economia
digital, mídias sociais, dispositivos móveis e big data. Mais da
metade também apontou a flutuações demográficas e mudanças globais
no poder econômico. “As mudanças climáticas e a urbanização
ganharam pontos surpreendentemente baixos, dado o seu impacto sobre
a escala e concentração de riscos globais”, salienta o relatório da
PwC.
As
mudanças vão afetar também o sistema de comercialização de
apólices. Historicamente, o setor de seguro tem sido dominado por
intermediários, que desempenham o papel da compreensão do
consumidor e das necessidades do negócio. São eles os responsáveis
pela adequação de produtos oferecidos aos mercados locais, com a
geração de soluções para as necessidades específicas. A mobilidade
e as redes sociais tendem a mudar o jogo na próxima
década.
Clientes que exigem simplicidade, rapidez e
comodidade vão impor a demanda por estratégias inovadoras de
atendimento. Consumidores novos e antigos, habituados às vantagens
das compras no comércio eletrônico e mais confiantes em relação à
alternativa, estarão mais dispostos a realizar compras diretas,
usando sua linha offline de amigos e de família para orientar a sua
escolha. “O comportamento irá resultar em redefinição do papel dos
consultores especializados e o desaparecimento dos distribuidores
como canal de venda”, assegura a PwC. Segundo a consultoria, 45%
dos executivos acreditam que os clientes vão adotar as compras
diretas de suas apólices.