De
acordo com o Governo brasileiro, 25,6 bilhões de reais foram gastos
na Copa, entre estádios e infraestrutura, sendo mais de 83% vindo
de dinheiro público. Entretanto, este montante de gasto é parcial.
Se somarmos o tempo dos profissionais do setor público e privado
que se dedicam a este projeto (usando o cálculo de custo que se
usaria em qualquer empresa), a conta vai ficar bem
maior.
Entretanto, como diria Fernando Pessoa, “Tudo
vale a pena se a alma não é pequena”. Se a Copa é uma prioridade,
devemos realmente investir nela, mas isso é verdade? Como os
recursos são sempre limitados devemos escolher o que é mais
importante. Então, voltamos à pergunta: essa é a nossa prioridade
enquanto país? Olhando para os pilares que sustentam uma sociedade
em harmonia e feliz (educação, saúde, segurança, habitação,
saneamento etc.) não consigo ver a Copa como algo prioritário, nem
hoje nem quando esta decisão foi tomada, embora também existam
argumentos positivos para sua realização.
E
parece que não estou sozinho. De acordo com o Ibope, caiu de 58%,
em fevereiro, para 51%, em maio, o percentual de entrevistados que
declararam ser favoráveis à realização do evento no Brasil. Há
quatro meses, 38% manifestavam contrariedade com o Mundial. Esse
índice subiu agora para 42%. Óbvio que esta discordância não
justifica qualquer ação desrespeitosa e destruidora de alguns,
agindo com violência e causando mais problemas.
A
Copa vai acontecer e torço que tudo ocorra bem (junto com 71% da
população segundo o Ibope). Mas, o que podemos fazer sobre este
tema? E o que a Saúde tem a ver com isso?
O
primeiro passo é nos mantermos pacíficos, bem como recebermos da
melhor forma possível todos aqueles que virão para a Copa (afinal,
todas as pessoas merecem ser muito bem tratadas). Junto com isso é
preciso entendermos o que está acontecendo e aproveitar a situação
para aprendermos com ela. A frase “primeiro o que é
prioritário” ajuda a mostrar a lógica que vale para pessoas,
empresas e governos. Assim, podemos perguntar: quais são as
prioridades da Saúde? Ou, algo mais ao nosso alcance imediato;
quais são as prioridades da minha empresa e da minha atuação na
Saúde? Onde, no meu trabalho, eu estou gastando com coisas que não
são prioritárias? O que eu devo mudar, em direção ao
prioritário?
Uma
situação como esta pode ser uma oportunidade real para aprendermos
e mudarmos. Saia nas ruas que existem dentro de você e que estão
cheias de contradições e proteste contra as suas ações que não
estão alinhadas com as suas prioridades, que devem ser na direção
daquilo que traz paz, saúde e felicidade para você e para
todos.
Se
você tiver dificuldade de analisar claramente, pergunte àqueles que
estão próximos a você quais são as prioridades que eles enxergam e
como você se move neste sentido, abordando chefes, colegas,
subordinados, fornecedores e clientes. Provavelmente eles te
ajudarão a ver as suas prioridades e se suas ações estão alinhadas
com elas. Com isso poderemos conquistar, como em uma árvore, a
nossa copa, que é o topo das nossas próprias potencialidades, bem
como melhorarmos a nossa e a saúde de todos .