Depois de pouco mais de um ano sob Direção
Fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Unimed
Paulistana conseguiu aval preliminar para caminhar com as suas
próprias pernas. Isso porque, a partir deste mês a cooperativa
troca o plano de saneamento instaurado pela autarquia por um de
recuperação, que termina no final de 2011.
A intervenção da Agência ocorreu por conta de dívidas tributárias
não registradas - por ser uma cooperativa, seus administradores
achavam que não tinham de pagar determinados impostos -, além de
uma situação econômico-financeira difícil. Após reverter o prejuízo
de R$ 98 milhões em 2009 em um saldo positivo de R$ 45 milhões em
2010. "Não estamos longe dos olhos da ANS, mas não contamos mais
com a Direção Fiscal da autarquia. Isso muda muita coisa. Todo o
mercado olha para a cooperativa de outro jeito", analisou o CEO
da operadora, Maurício Rocha Neves, durante coletiva de imprensa
realizada nesta terça-feira, 22 de março.
De acordo com ele, mesmo com a Direção Fiscal da ANS, diretoria da
cooperativa afastada e todas as notícias negativas sobre a
operadora, a evasão de clientes foi menor do que poderia ter sido.
"Sentimos muito pouco. Entre saídas e entradas, o número de
vidas da Unimed Paulistana cresceu 15% em 2010, de 820 mil para 940
mil", detalhou ele, que completou: "O último exercício foi o
ano de maior volume de vendas para a operadora".
Em 2010, o faturamento da cooperativa foi de R$ 2,5 bilhões,
superior ao R$ 1,2 bilhão registrado no ano anterior. Enquanto
isso, a receita passou de R$ 1,9 bilhão em 2009 para R$ 2,1 bilhões
no exercício passado. A sinistralidade da carteira própria baixou
quase 6% em 2010, de 78% para 72%. Já o índice total acumulado
passou de 83% para 81%, na mesma base de comparação. "A
consciência do cooperado contribuiu muito para baixarmos a
sinistralidade e atingirmos o resultado esperado durante a Direção
Fiscal", lembrou Neves.
Para 2011, a meta da cooperativa estabelecida pela Agência é
apresentar resultado de R$ 150 milhões, número que, segundo Neves,
é arrojado, porém, factível. "A despeito de toda crise que
enfrentamos, um dos fatores que segurou a marca da Unimed
Paulistana foi a credibilidade que temos com a nossa rede de
cooperados, fruto do atendimento dos médicos, que são os
proprietários da operadora", destacou Paulo José Leme de
Barros, diretor-presidente da Unimed Paulistana
Segundo ele, a principal transformação durante a Direção Fiscal da
ANS foi a mudança de filosofia de administração da cooperativa.
"É uma transformação histórica pela qual estamos passando.
Buscamos mais transparência de gestão", reforçou.
Durante a coletiva, os executivos divulgaram as ações da empresa
que já estão em curso e que devem ser intensificadas ao longo de
2011. São elas: atender ao plano de recuperação considerando o
encerramento do regime de Direção Fiscal; valorizar o
desenvolvimento contínuo do cooperado com foco na melhoria da sua
remuneração; fortalecer e ampliar recursos próprios; expandir área
de atuação com foco em medicina preventiva; consolidar participação
no sistema Unimed; fazer uma reforma estatutária, fortalecer marca,
entre outras.
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