O Brasil tem o sexto maior buraco comercial do mundo no que se
refere à saúde. Dados publicados ontem pela Organização Mundial da
Saúde e pela Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que o
País vem importando um volume cada vez maior de remédios e produtos
de saúde, mesmo diante dos projetos do governo de financiar um
fortalecimento do parque industrial nacional.
Segundo os dados, os países ricos controlam hoje 80% do mercado
mundial de remédios e produtos de medicina. EUA e Europa, juntos,
determinam 60% do mercado. Os dados apontam que a China começa a
entrar na briga, na quarta posição, já se aproximando da Suíça,
exportadora de remédios.
Já o Brasil é apenas o 14.º exportador de remédios e produtos de
saúde, com 0,5% do mercado mundial. O México abocanha 1,4% do
mercado, e a Índia, 2,6%.
Se não é um grande exportador, o Brasil figura entre os nove
maiores importadores do mundo. Hoje, 7% de tudo o que o País
importa é do segmento da saúde. O resultado da defasagem é um
buraco na balança comercial de US$ 4 bilhões em 2010. Apenas cinco
países tiveram um resultado pior, entre eles Japão e EUA.
Outra constatação: países em desenvolvimento têm tarifas de
importação superiores às dos países ricos para o setor de
saúde.