Um novo estudo estabeleceu um vínculo entre a vacina Pandemrix,
amplamente usada contra a gripe A (H1N1) em 2009-2010, e um aumento
dos casos de narcolepsia, distúrbio que causa sonolência excessiva,
em crianças e adolescentes da Grã-Bretanha.
Publicados nesta quarta-feira (27) no periódico British Medical
Journal (BMJ), os resultados do estudo sustentam os de outros
trabalhos já publicados em Finlândia, Suécia e França.
Realizado com 245 crianças com idades entre 4 e 18 anos em centros
de sono e neurológicos britânicos, o estudo permitiu associar a
vacina a uma incidência 14 vezes maior dos casos de narcolepsia com
relação a pessoas que nunca tomaram a vacina. O risco aumentou 16
vezes no caso de vacinação com Pandemrix (GlaxoSmithKline) nos seis
meses anteriores.
Mas os autores do artigo revelam que o risco poderia ser
supervalorizado, em razão das observações muito variáveis feitas no
aparecimento dos sintomas e no diagnóstico da narcolepsia após a
vacinação.
A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizada pela
sonolência excessiva durante o dia, com acessos de sono
incontroláveis, podendo ser acompanhados de perdas súbitas do tônus
muscular (cataplexia).
É observada em média entre 25 a 50 pessoas por 100 mil pessoas
no mundo e em 20% das pessoas em cada 100.000 na França.
Durante a campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1), 4,1
milhões de pessoas foram vacinadas na França com Pandemrix, contra
1,6 milhão que receberam a vacina Panenza (Sanofi), reservada às
crianças em idade de amamentação, a mulheres grávidas e
imunodeprimidos.