O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu hoje (1°) as
críticas do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o processo de
inscrição no Programa Mais Médicos. A entidade informou que vai
encaminhar à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal
pedido para que apurem falhas no processo, relatadas pelos
profissionais de saúde.
"É uma crítica inconsistente e vazia. O que foi dito hoje não tem
consistência", disse o ministro. Segundo Padilha, a grande maioria
dos números de registro nos conselhos regionais de Medicina (CRMs)
considerados inválidos no processo de inscrição foi digitada de
forma aleatória propositalmente, e não invalidados por eventuais
erros do sistema, como argumenta o CFM.
"Noventa por cento dos CRMs inválidos, não eram uma confusão de
números, eram zero, zero, zero ou traço, traço, traço. Mesmo assim
o Ministério da Saúde, para valorizar o médico que quer participar
do programa, deu mais um prazo para que esses médicos, que
realmente tinham interesse, pudessem corrigir", declarou o
ministro.
O presidente do CFM, Roberto d'Ávila, disse que foram detectados
erros na validação de dados dos formulários e no envio de
documentos, que a acentuação dos nomes pode ter prejudicado o
cruzamento de dados dos inscritos com os da Receita Federal.
Ele apontou ainda a possibilidade de ter havido facilitação de
cadastros, a partir de computadores registrados no exterior, em
prejuízo dos que têm registro no Brasil. Segundo Padilha, as
críticas não procedem e a que a Polícia Federal acompanhou todo o
processo. "Movimento isolado: não acredito que represente a maioria
dos médicos, muito menos as instituições", disse.
Dados apresentados hoje pelo ministro da Saúde mostram que dos
3.891 médicos que completaram o cadastro do programa, 2.379
indicaram os municípios aonde desejam trabalhar. Segundo Padilha,
os médicos agora terão dois dias para concluir o processo,
homologando a escolha das cidades. Quem concluiu o cadastro, mas
não informou o município, poderá indicar as opções a partir do dia
15 de agosto, quando o governo vai reabrir prazo para novas
inscrições e correção de dados de médicos já inscritos no
programa.