Uma portaria assinada hoje (25) pelos ministros da Justiça, José
Eduardo Cardozo, e da Saúde, Alexandre Padilha, tornará obrigatória
a notificação de acidentes graves, suspeitos de terem sido
provocados pelo consumo de produtos ou serviços. A notificação,
feita a partir do atendimento à vítima, será obrigatória para todos
profissionais da saúde, tanto de hospitais públicos como
privados.
“A portaria estabelece a notificação compulsória, ou seja,
obrigatória, em todos serviços de saúde. Terá de ser feito o
registro, por parte de algum profissional da saúde, da suspeita de
acidentes fatais por conta de consumo de um produto”, disse
Padilha. A medida será publicada amanhã no Diário Oficial da
União.
Ele lembrou que situação similar ocorre nos casos em que os
profissionais identificam indícios de violência praticada contra
mulheres, idosos e crianças. “Aproveitaremos a capilaridade dos
serviços de saúde, a exemplo do que aconteceu em 2011, quando
estabelecemos que notificação sobre violência contra mulher, idoso
e criança passou a ser obrigatória”
A portaria criará o Sistema de Informações de Acidentes de Consumo
(Siac), com o objetivo de armazenar registros sobre acidentes
graves ou fatais, relacionados a produtos com potencial risco aos
consumidores. A previsão é que o sistema comece a funcionar em 120
dias.
“Vamos constituir um banco de dados para o enfrentamento do
problema, com ações pontuais e concretas. Serão dados com qualidade
inclusive para ajudar no planejamento de políticas públicas e
medidas concretas”, acrescentou Padilha.
Caberá à Secretaria Nacional do Consumidor consolidar as
informações e promover a articulação de atuação conjunta com demais
órgãos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
Para o ministro da Justiça, é fundamental que a portaria “saia do
papel, para ter substância, conteúdo e validade histórica”, e para
que chegue às ruas e às mentes das pessoas.
“O Código do Consumidor é uma das grandes conquistas do nosso país,
para a história das relações sociais e econômicas do país. Não
basta ao código afirmar a cidadania. A questão precisa avançar para
se projetar nas ruas e mentes dos cidadãos”, disse Cardozo.