O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto
d'Avila, disse hoje (10) que vai defender no Senado a manutenção do
texto da medida provisória que cria o Programa Mais Médicos, que
foi aprovada ontem (9) na Câmara. Apesar de o texto transferir para
o Ministério da Saúde a atribuição de conceder aos médicos
estrangeiros o registro provisório, o presidente do CFM avaliou que
a categoria saiu vitoriosa do embate.
“Quem cedeu muita coisa foi o governo. Penso que fomos vitoriosos.
Foi um sucesso, uma vitória para os médicos”, disse em entrevista à
imprensa.
A concessão dos registros provisórios provocou divergências entre o
governo e os conselhos regionais de medicina. Alguns deles entraram
com ações na Justiça pelo direito de não conceder o registro aos
médicos estrangeiros do programa. A Advocacia-Geral da União (AGU)
recorreu das ações e conseguiu decisões favoráveis.
O presidente do CFM minimizou a retirada da atribuição dos
conselhos regionais. O texto que segue para o Senado prevê que
caberá ao Ministério da Saúde essa ação. “Isso agradou a muitos
presidentes de conselhos porque retira uma grande responsabilidade
desses conselhos. Quem vai se responsabilizar como cossolidário é
quem assinou o registro. Caberá a nós fiscalizar”, disse.
Embora defenda a manutenção do texto como foi aprovado na Câmara,
Roberto d'Avila reforçou que isso não significa que o CFM aprove o
programa. “Não aderimos ao Programa Mais Médicos, continuamos com
as mesmas críticas”, disse.
Um dos pontos que o presidente ressaltou como positivo foi a
retirada de um capítulo do relatório final da medida provisória que
previa a instalação de fórum para estabelecer competências
profissionais na área de saúde. A previsão de ser implementada uma
carreira médica nacional em até três anos também foi destacada por
Roberto d'Avila.