Seminário, promovido pela ABDI, mostra
que Brasil possui rede estruturada para desenvolvimento de projetos
envolvendo nanotecnologia
A indústria precisa melhorar iniciativas em inovação e o governo
quer acelerar o processo de regulação, sem perder parâmetros de
qualidade. Esse foi um dos pontos ressaltados durante o seminário
"Áreas Estratégicas na Indústria da Saúde", que reuniu
representantes do governo federal e mais de 100 indústrias do
setor, em São Paulo, na última segunda-feira (25).
O debate, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento
industrial (ABDI), tem como objetivo a elaboração de uma agenda de
ações em pesquisa, desenvolvimento e inovação com aplicações de
nanotecnologia no setor de medicamentos, produtos médicos e
odontológicos.
Atualmente existem 170 empresas desenvolvem projetos em
nanotecnologia e 52 centros de pesquisa atuam com trabalhos
envolvendo esse tipo de tecnologia - de acordo com o Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT).
"A nossa proposta é fortalecer a interação entre os vários
atores do complexo industrial da saúde e mostrar que é possível
inovar no Brasil com o uso de nano e biotecnologia", disse a
líder do projeto de Fármacos e Medicamentos da ABDI, Cleila
Pimenta, durante a abertura do seminário.
Para o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), Dirceu Barbano, nano e biotecnologia são grandes
oportunidades de desenvolvimento para o País e a Anvisa tem o dever
de amparar essa política estando aberta ao diálogo com o setor
produtivo.
O desenvolvimento de equipamentos mais baratos incorporando a nano
e a bioecnologia foi outro ponto ressaltado pelos participantes do
evento.
Dados do MCT mostram que os investimentos do governo em
nanotecnologia foram crescentes entre 2004 e 2008, com uma média de
R$ 12 milhões ao ano, com queda em 2009 devido à crise financeira
internacional. "O Brasil precisa retomar e aumentar os
investimentos em projetos como aplicação de nanotecnologia. O
mercado mundial com relação a esse tipo de tecnologia está em
expansão e o País não pode ficar atrasado" afirmou Mário Baibich,
representante do MCT.