Associação veicular, tecnologia e
importância do corretor são temas na abertura do 20º Congresso
Brasileiro dos Corretores de Seguros
Na noite dessa quinta-feira, dia 12
outubro, aconteceu a abertura oficial do 20º Congresso Brasileiro
dos Corretores de Seguros. O evento organizado pela Federação
Nacional dos Corretores de Seguros, vai reunir profissionais de
todo o país até o dia 14 de outubro no Teatro Rio Vermelho, do
Centro de Convenções de Goiânia.
Em 1997 a cidade de Goiânia recebeu a
10ª edição do Congresso dos Corretores. Vinte anos depois, o
congresso retorna à região central do país.
Os corretores atenderam o chamado e
lotaram o plenário do Centro de Convenções. O congresso desse ano
teve algumas novidades como o aplicativo com a programação do
evento e também conta com a interação dos participantes onde é
possível fazer perguntas para os painelistas durante as palestras
.
A tecnologia é o tema do congresso.
Como a mudança digital afeta a sociedade e, por conseguinte,
influencia o mercado de seguros exigindo uma mudança de
comportamento do corretor que deve usar a tecnologia no seu dia a
dia em meio a um cenário de constante de transformação.
Henderson de Paes Rodrigues,
presidente Sincor-GO, como anfitrião do evento foi o primeiro a
falar e fez um raio X do mercado de seguros brasileiro destacando o
uso da tecnologia. Ele enfatizou que não se deve ter medo. “Quando
vemos a necessidade de uma sociedade, vemos que temos de construir
um mercado diferente, seja com produtos, meios de comunicação. O
Corretor de Seguros sempre será o intermediário apesar da
tecnologia”, destacou.
Dia do Corretor
Armando Vergílio, presidente da
Fenacor, cumprimentou os corretores pelo dia especial. “Parabéns
pelo nosso dia”, disse. O dirigente fez uma pequena comparação: Ele
assumiu o compromisso de fazer desse congresso um marco histórico.
“Há 20 anos iniciamos uma trajetória que nos trouxe até aqui.
Colecionamos algumas vitórias e cicatrizes. Hoje estamos em um novo
cenário e novos desafios. Nos próximos dias queremos debater os
assuntos que impactam o nosso dia a dia. Estamos aqui para sair da
zona de conforto e apostar em um caminho sem volta: a inovação”,
destacou.
Vergílio enfatizou a importância do
equilíbrio diante do cenário atual. “Cabe a nós adotar uma visão
realista diante do quadro atual do país. O Brasil está saindo da
crise com sinais claros de recuperação com controle da inflação e
queda de juros. Investidores estrangeiros voltam a apostar no país.
Há uma queda no índice de desemprego. A reforma trabalhista foi
realizada e aguardamos a reforma da previdência. Aí acredito que
estaremos retomando o trilho do desenvolvimento”, analisou.
Para Vergílio, o mercado de seguros
tem resistido e continua aumentando de tamanho e ainda há um grande
espaço de crescimento já que não alcançou as camadas mais baixas da
população. “Nas classes A e B o consumo de seguro tem baixa
penetração. Os avanços e resiliência do setor podem criar a ilusão
de que estamos em um momento de glória. O setor tem crescido mas
não tem evoluído”, relatou. Ele defendeu que o setor de seguros
mereceria ter um espaço mais adequado na agenda governamental.
Para ele, o desafio é a falta de
produtos inovadores. “Crise de criatividade e ousadia de todos nós.
A proteção veicular é um câncer arraigado em nosso sistema. Até
onde a falta de produtos colaborou na instalação desse mercado
marginal? Devemos responder essa pergunta”, provocou.
Ele questionou ainda por que não se
avança na criação de produtos como o de saúde que está abandonado
no Senado há quase 10 anos. “Esse quadro só mudará com uma aliança
das entidades representativas do setor. Devemos sensibilizar
governo e reguladores”, disse. Para ele, os corretores tem papel
fundamental: “devemos mostrar nosso maior valor: somos gente que
cuida de gente. Entramos em uma nova fase. Com a forte presença da
tecnologia e inovação teremos de nos reinventar. Nossa missão é
proteger o segurado e a seguradora”, destacou.
Mercado precisa de ousadia
Robert Bittar, presidente da Escola
Nacional de Seguros, destacou a importância da escola para o
mercado de seguros que ajudou e continua ajudando na formação dos
profissionais de seguros. Ele lembrou que agora a instituição está
autorizada a dar cursos à distância. A escola quer continuar junto
com outras instituições o desenvolvimento do setor, inclusive a
inserção tecnológica. Somos aptos e preparados a participar desse
momento, mas precisamos continuar contando com o apoio das
entidades do mercado para que a escola tenha a liberdade de
promover as iniciativas em prol do desenvolvimento do mercado.
Márcio Coriolano, presidente da CNSeg,
também esteve presente na abertura. Ele destacou a importância do
corretor de seguros e cumprimentou a Fenacor pela escolha do tema
tecnologia para o congresso. “Espero não morder a língua, mas tenho
certeza que a maioria do mercado segurador sabe das limitações que
a tecnologia tem. A tecnologia é um meio e não um fim para atender
o consumidor. O único profissional habilitado para fazer o elo é o
corretor de seguros”, disse.
Coriolano exaltou o trabalho de
Joaquim Mendanha, superintendente da Susep “que reconheceu a
urgência de aprovação de medidas para o setor. O sistema de seguros
está maduro para mostrar sua importância para a sociedade
brasileira”, disse. O presidente da CNSeg também defendeu que o
mercado de seguros merece estar no centro das políticas públicas.
Ele disse ainda que é preciso resolver rapidamente a questão da
previdência brasileira e levantar os olhos para os problemas que
começam a surgir no setor de seguros privados. Aproveitando a
presença dos ministros ele disse: “Temos de ter um assento nas
discussões. Apelo aos ministros que levem para o executivo nossos
pedidos. Temos o direito de apoiar o fortalecimento da Susep e com
regime especial para que ela possa ser perene”, disse.
Coriolano foi muito aplaudido ao falar
sobre o combate às associações de proteção veicular. “Estamos
juntos para combater a praga da associação veicular”, disse.
Atuação da Susep
Joaquim Mendanha defendeu que o
mercado precisa de ousadia. “O mercado precisa voltar às suas
origens e ter ousadia de trabalhar em conjunto para atender às
necessidades do consumidor final”. Ele disse que mesmo com
limitações, a autarquia tem dado sua contribuição. “Temos
trabalhado muito pra trazer esse ambiente favorável”, revelou.
O superintendente disse ter
determinado que em 20 dias vai apresentar a resposta do auto
popular que tem recebido questionamentos das seguradoras. “Tenho
certeza que esse produto será ferramenta importante no combate ao
mercado marginal. Se cresceu é porque deixamos isso acontecer, essa
é que é a verdade”, afirmou. Ele revelou ainda que na próxima
semana será lançado um grupo de trabalho para estudar o que se pode
fazer contra as associações irregulares. Mais uma vez, Mendanha
falou do recadastramento. “É de fundamental importância para que o
mercado e o governo saiba quantos são os corretores atuantes”.
O deputado federal Lucas Vergílio
lembrou em seu discurso que o mercado de seguros gera mais de 6%
das riquezas nacionais e protege as pessoas além de contribuir para
a continuidade das empresas e na realização de obras que são
importantes para o país. O deputado convocou os corretores a
comparecer a audiência pública no dia 24 de outubro sobre o projeto
de autoria dele contra a proteção veicular.
O ministro do Trabalho Ronaldo
Nogueira falou sobre a questão do desemprego no país cujos índices
começam a cair. Ele lembrou que os corretores geram empregos
diretos e indiretos. “Esse setor terá condições de apresentar um
crescimento extraordinário”, exaltou.
Dyogo Henrique de Oliveira, ministro
do Planejamento Desenvolvimento e Gestão, disse que o país passa
pelo momento de recuperação da economia e que algumas medidas
adotadas pelo governo vão ajudar o país a ter um crescimento
sustentável pois “estamos criando bases sólidas para que isso
aconteça. Ele lembrou que o Brasil precisa de reformas estruturais
e que elas estão sendo feitas. “Estamos dinamizando o modelo de
concessões e Parceria Público Privada. (PPs)”, enfatizou.
Avançar na autorregulação. O ministro
defendeu ainda que é preciso avançar no microsseguro e no
autopopular para que ele se popularize porque “isso vai ajudar o
setor”. O grande desafio hoje é a previdência. “Estamos criando as
bases para um desenvolvimento sustentável, mas é preciso ter
equilíbrio nas contas públicas e isso passa pelo equilíbrio na
previdência pública”, explicou. Para o ministro é preciso fazer
correções no sistema para que ele seja “justo”. Ele disse que o
governo gasta 57% do orçamento federal para pagar aposentadorias.
“Temos de ter coragem de mudar a previdência para que o aposentado
receba. Se não tiver reforma da previdência vai ficar como já
acontece em alguns estados que já não têm dinheiro para pagar.
Estamos 20 anos atrasados”, assustou.
Marconi Perillo, governador de Goiás,
lembrou que esteve presente no 10º Congresso dos Corretores quando
já se falava da necessidade da reforma da Previdência. “não
soubemos apresentar a nação com uma política de comunicação
adequada para mostrar a importância da reforma da previdência”,
destacou. Ele disse ser importante que o governo federal mostre à
população a importância da necessidade da reforma. Marconi Perillo
apresentou o estado de Goiás e destacou o o seu
desenvolvimento.
No encerramento da abertura ainda
aconteceu o sorteio de um carro, um brinde surpresa pelo Dia do
Corretor de Seguros 12 de outubro.
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