O Estado do Rio de Janeiro terminou
2014 com pouco mais de três milhões de clientes de planos
odontológicos privados. Apesar do volume considerável, apenas 18,6%
da população total, de 16,2 milhões de pessoas, possui uma
assistência odontológica particular.
Os números poderiam ser melhores se
o mercado não tivesse reduzido o ritmo dos negócios. De acordo com
o último levantamento feito pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), fechado em setembro passado, de 2009 a 2014 o
setor de assistência odontológica no local cresceu 71%. Entretanto,
nos últimos dois anos, a expansão foi de apenas 5,88%.
“O mercado carioca vinha crescendo
bastante, mas recentemente o setor começou a reduzir o ritmo, a
ponto de registrar alta de apenas 0,59% nos primeiros nove meses do
ano passado”, revela Geraldo Almeida Lima, presidente do Sindicato
Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog). “Ainda não
sabemos se foi algo pontual devido a Copa do Mundo, por exemplo,
mas temos a expectativa de retomarmos um crescimento maior este
ano”, afirma o executivo.
Ainda de acordo com o executivo,
2014 foi marcado pela estagnação econômica, com uma taxa de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) próxima de 0,15%. Além
disso, a Copa do Mundo e a animosidade provocada pelas eleições
presidenciais no Brasil colaboraram para que os resultados não
fossem melhores.
Apesar dos números alarmantes, as
operadoras de assistência odontológica seguem buscando novos
negócios. O Inpao Dental, por exemplo, anunciou recentemente a
conquista de contas como FedEx, OAB/RJ e Grupo MPE (formado por
diversas empresas de engenharia).
“Nem sempre conquistamos mercados
novos. Às vezes somos chamados para substituir prestadores
anteriores, o que pode configurar certa estagnação do setor. Ainda
assim, terminamos 2014 com expansão de quase 50% no número de
beneficiários”, diz Claudio Aboud, diretor de Administração e
Finanças da operadora.
O fraco desempenho do mercado afeta
diretamente a saúde bucal dos brasileiros. Segundo dados da
Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios de 2011, promovida pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de
22,5 milhões de pessoas nunca foram ao dentista, número que
corresponde a 11,7% da população total. Além disso, oito milhões
com mais de 30 anos já utilizam próteses, apenas 3,8% das crianças
com cinco anos estão livres de cáries, 12,8% da população adulta
com mais de 35 anos possui mais de 20 dentes e três em cada quatro
idosos não possuem nenhum dente.
Atualmente, o Rio de Janeiro é o
segundo Estado com maior porcentagem de beneficiários do País por
habitante e também o segundo em volume. Com 3,020 milhões de
pessoas atendidas, só perde para São Paulo, com 7,220 milhões de
beneficiários nesse segmento. Em relação ao índice de cobertura da
população, fica atrás apenas do Distrito Federal, já que 31,35% de
seus moradores contam com algum tipo de assistência odontológica
privada, a maior porcentagem de beneficiários do Brasil por
habitante.