O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, nesta
segunda-feira, uma nota repudiando o acordo entre Brasil e Cuba,
que prevê a vinda de 6 mil médicos cubanos para atuar em regiões
carentes do país. Além de questionar a qualidade dos médicos
estrangeiros, a entidade põe em dúvida as reais intenções do
governo brasileiro com a medida.
“O Conselho Federal de Medicina condena veemente qualquer
iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos
estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no
exterior sem sua respectiva revalidação. Medidas neste sentido
ferem a lei, configuram uma pseudoassistência com maiores riscos
para a população e, por isso, além de temporários, são temerários
por se caracterizarem como programas político-eleitorais”, diz a
nota.
A entidade ainda propõe a criação de uma carreira de Estado para
médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), para suprir a falta de
profissionais na rede e reivindica mais recursos para o setor, “um
mínimo de 10% da receita bruta da União”.
Ainda de acordo com a nota, o CFM diz que, juntamente com os
conselhos regionais de Medicina, “envidarão todos os esforços
possíveis e necessários, inclusive as medidas jurídicas cabíveis,
para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na
dignidade humana”.