No âmbito dos Programas Especiais, que induzem a pesquisa em
áreas fundamentais para superar carências do Sistema de Ciência e
Tecnologia do Estado de São Paulo, foram contratados 1.227 novos
projetos. Os projetos vigentes nessa linha em 2012 receberam R$
152,35 milhões.
Entre os Programas de Pesquisa para Inovação Tecnológica, que
apoiam pesquisas com potencial de desenvolvimento de novas
tecnologias ou que contribuam para a formulação de políticas
públicas, foram contratados 191 novos projetos. O gasto com
projetos vigentes nessa linha de fomento foi de R$ 76,92
milhões.
Saúde é a área do conhecimento que, tradicionalmente, recebe o
maior volume de recursos por concentrar um grande volume de
pesquisadores do Estado de São Paulo. Em 2012, pesquisas nessa área
receberam R$ 308,36 milhões, 20,95% a mais que em 2011 e o
equivalente a 29,79% do total desembolsado pela Fapesp.
Outras áreas que concentram maior volume de investimento são
Biologia (17,11%), Engenharia (10,59%), Ciências Humanas e Sociais
(10,40%) e Agronomia e Veterinária (9,41%). Embora Ciência e
Engenharia da Computação não esteja entre as áreas com maior
desembolso, em 2012 recebeu recursos 58,11% superiores a 2011, num
total de R$ 17,5 milhões.
As universidades e instituições de pesquisa que concentram grupos
de pesquisas nessas áreas são as que recebem o maior volume de
recursos. Em 2012, projetos coordenados por pesquisadores da
Universidade de São Paulo (USP) receberam 47,78% do desembolso da
Fapesp. A Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e instituições federais com sede no
Estado receberam pouco mais que 13% dos recursos cada uma.
Nova classificação
A partir da edição 2012 do relatório anual de atividades da
Fapesp, a fundação adotou uma nova classificação dos objetivos do
fomento. Os programas que até 2011 eram agrupados como Apoio à
Formação de Recursos Humanos (bolsas), Apoio à Pesquisa Acadêmica e
Apoio à Pesquisa Voltada a Aplicações passam a ser agrupados nas
seguintes categorias: Apoio ao Avanço do Conhecimento, Apoio à
Pesquisa com Vistas a Aplicações e Apoio à Infraestrutura de
Pesquisa.
“Avaliamos que a classificação anterior poderia induzir a uma
compreensão incompleta sobre a aplicação dos recursos da Fapesp e
os resultados esperados dos projetos apoiados. Por isso, a nova
denominação não é apenas uma mudança de nomenclatura. É um
reagrupamento que busca facilitar a compreensão sobre quais
pesquisas apoiadas pela Fapesp possibilitam aplicações visíveis, em
curto e médio prazos, quais geram o conhecimento necessário para a
construção de futuras aplicações e quais asseguram a infraestrutura
necessária para a continuidade das pesquisas, de qualquer
natureza”, diz Celso Lafer, presidente da Fundação.
Com a mudança, a Fapesp agrupou como Apoio ao Avanço do
Conhecimento os programas que qualificam a formação de recursos
humanos e estimulam a pesquisa acadêmica tais como bolsas e
auxílios regulares, auxílios temáticos, Jovem Pesquisador, São
Paulo Excellence Chairs (SPEC) e Capacitação Técnica.
O Apoio à Pesquisa com Vistas a Aplicações compreende os programas
que têm claros objetivos de aplicação com interesse econômico e
social. Por isso, o investimento em pesquisa nas áreas de Agronomia
e Veterinária, Saúde e Engenharia, que quase inevitavelmente
resultam em aplicação, faz parte dessa categoria, assim como o
Programa FAPESP de Pesquisa em Bionergia (BIOEN), o Programa de
Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso
Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA), o
Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais
(PFPMCG), os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), a
Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas Sobre o Cérebro
(CInAPCe), o Programa de Melhoria do Ensino Público, o Programa
José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico (MídiaCiência), o
Programa de Pesquisas em Políticas Públicas, o Programa FAPESP
Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), o Programa de Apoio
à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e o
Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).
O Apoio à Infraestrutura de Pesquisa compreende os recursos
desembolsados para assegurar a infraestrutura necessária para a
continuidade das pesquisas do Estado de São Paulo. O desembolso é
feito por meio do Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa e
seus subprogramas.
O relatório traz uma série histórica dos valores desembolsados e da
distribuição porcentual do desembolso para cada objetivo do
fomento, compreendendo o período de 1992 a 2012.
No exercício de 2012, a Fapesp destinou R$ 546,08 milhões (53% do
total do seu desembolso) ao apoio à pesquisa com vistas à
aplicação, R$ 382,50 milhões (37%) ao apoio ao avanço do
conhecimento e R$ 106,61 milhões (10%) ao apoio à infraestrutura de
pesquisa.
Relações internacionais
Os pesquisadores com projetos apoiados pela Fapesp são incentivados
a desenvolver colaborações internacionais por meio de modalidades
específicas de intercâmbio científico, por meio das oportunidades
geradas pelos acordos de cooperação e de eventos que a Fapesp tem
realizado no exterior para aproximar cientistas com interesses
comuns de pesquisa.
A Fapesp recebeu a visita de sete delegações governamentais e de
instituições de pesquisa interessadas em estabelecer parcerias para
apoio a pesquisas colaborativas entre pesquisadores de São Paulo e
de seus países, em áreas diversas.
A Fapesp encerrou 2012 contabilizando 65 acordos ativos de
cooperação científica com organizações de 14 países. Desse total,
quatro são com empresas (três norte-americanas e uma britânica), 22
com agências de fomento à pesquisa e 39 com universidades e
instituições de pesquisa. Dos 65 acordos, 22 foram assinados em
2012 e outros 43 foram assinados em anos anteriores e estavam
vigentes no ano. Das 22 parcerias estabelecidas no ano, seis são
com agências de fomento e 16 com instituições de ensino superior e
pesquisa.