Seis em cada dez operadoras de saúde tiveram bom desempenho,
apontou o Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS),
divulgado nesta quinta-feira e que se refere à avaliação feita em
2011. São 566 empresas, de 913 analisadas, que concentram 76% dos
47 milhões de beneficiários de planos do País.
O índice mostrou que houve melhora na qualificação das
operadoras, em relação a 2010 - as que estão nas duas faixas mais
altas de pontuação passaram de 32% para 62% do total. Ainda assim,
somente 13% dos que têm planos de saúde (6 milhões de pessoas)
contrataram o serviço nas 158 operadoras que estão no topo do
ranking, em 2011. Pouco difere do porcentual do ano anterior, 10%
dos beneficiários.
"Cento e cinquenta operadoras foram canceladas ao longo de 2011.
Isso representa a saída do mercado das empresas mal avaliadas e é
fruto da rigidez regulatória. As operadoras se adequaram e isso
trouxe mais beneficiários para as que estão nas faixas mais altas",
afirmou o diretor-presidente interino da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), André Longo.
É a primeira vez que a agência reguladora divulga as notas
obtidas pelas operadoras, e não somente as faixas de desempenho. As
informações poderão ser consultadas no portal da ANS
(www.ans.gov.br), no Espaço da Qualidade. "Estimulamos que o
beneficiário faça a comparação, mas do ponto de vista técnico não
orientamos que se faça um ranking. Há diferenças de porte entre as
operadoras, e regionais. O melhor plano do Brasil pode não ter rede
na Região Norte, por exemplo", lembrou Longo.
As notas vão de 0 a 1 - quanto mais próximo de 1 é melhor o
desempenho. Para se chegar à pontuação, 33 parâmetros foram
analisados e divididos em quatro quesitos - atenção à saúde,
satisfação do beneficiário, desempenho econômico-financeiro,
estrutura e operação (avaliação da rede). O item com maior
crescimento foi atenção à saúde, que leva em consideração, por
exemplo, se as operadoras atingiram a meta de exames preventivos em
28% das beneficiárias ou se baixaram a taxa de cesárias, que está
em 90%, para 45%.
Ainda que as notas nos parâmetros acompanhados tenham melhorado,
não refletem na redução das queixas do consumidor. De acordo com
Longo, a satisfação dos usuários dos planos foi o índice que não
teve evolução. Ele ressaltou que a ANS leva em consideração o
número de queixas, mas que a agência está aprimorando o dado, com
uma pesquisa de satisfação, feita ao longo deste ano com os
beneficiários.
Para José Cechin, diretor executivo da FenaSaúde, que reúne as
15 maiores operadoras, não houve aumento da insatisfação do
consumidor. "O que tem acontecido é que os canais de reclamação se
tornaram mais fáceis e mais acessíveis às pessoas. A própria ANS
divulga, as entidades de defesa do consumidor são muito atuantes. É
natural que mais pessoas reclamem. Mas não significa piora na
prestação de serviço", afirmou.Clarissa Thomé e Felipe Werneck