O CFM (Conselho Federal de Medicina) informou, nesta
quarta-feira (25), que vai à Justiça contra a resolução do Conselho
Federal de Farmácia que permite à categoria fazer a prescrição de
medicamentos isentos de prescrição médica, como analgésicos e
antitérmicos.
Como publicado pela Folha no último domingo (22), a resolução
libera os farmacêuticos a tratarem "transtornos menores", como
diarreia e dor de cabeça, no próprio balcão da farmácia.
Hoje, remédios isentos de prescrição médica são comprados
livremente. Com a resolução, o cliente poderá passar por uma
"consulta" no balcão da farmácia e receber um receituário com a
assinatura e o carimbo do farmacêutico.
Segundo o CFM, os farmacêuticos não têm autorização legal para
fazer essas prescrições. Em nota, o conselho defende que, em nenhum
momento, a legislação que regulamenta a profissão de farmacêutico
"coloca como atribuição desse profissional a prescrição de
medicamentos".
"O CFM entende que apesar de aparentemente simples uma dor de
cabeça pode ser o sintoma de um problema mais grave, como um
acidente vascular cerebral. Portanto, é mais seguro, então, que
esse paciente seja atendido por um médico, e não por um
profissional que pode conhecer tudo da composição química dos
remédios, mas não foi preparado para diagnosticar doenças",
continua a entidade.
Outro ponto questionado na resolução é a autorização dada ao
farmacêutico para renovar receitas prescritas anteriormente por um
médico.
A nota cita ainda uma pesquisa recente do ICTQ (instituto de
pós-graduação para farmacêuticos) mostrando que, de 2.650 pessoas
entrevistadas em 16 capitais, 61% disseram ser contra a medida do
conselho de farmácia.