O
deputado e presidente da Fenacor, Armando Vergilio (SD-GO), disse
que a Lei do Desmonte, que regulariza a atividade de desmontagem de
veículos e permite a reposição de peças recicladas com selo de
qualidade, beneficia vários setores do país. Com a lei, a
expectativa é de que os seguros de veículos fiquem mais
baratos.
“Para
o setor de seguros é uma lei extremamente importante, já que a
redução do número de roubo de veículos vai trazer a redução no
custo do seguro de automóvel novo, e vai permitir a criação do
seguro de automóvel popular. Com a utilização de peças certificadas
tanto de procedência, quanto de qualidade e segurança, vai se
reduzir sensivelmente o custo de reprodução dos veículos
avaliados”.
A
sanção da Lei nº 12.977 foi publicada no Diário Oficial da União,
nesta quarta-feira, 21 de maio, e entrará em vigor um ano após a
publicação. Para o deputado, o número de roubo de carro vai cair
cerca de 50% nos primeiros anos de vigência da lei.
Ainda
segundo Vergilio, hoje milhares de veículos com mais de quatro ou
cinco anos de uso não contratam proteção securitária porque
financeiramente é inviável. Ele explica que, pelo regulamento
atual, as peças de reposição devem ser novas e isso deixa o preço
do seguro alto.
“Com
a lei, isso não vai mais ocorrer porque o custo de reposição vai
ser muito mais baixo e, consequentemente, vai se criar um mercado
novo. Nós acreditamos que cerca de 20 milhões de veículos vão poder
ter acesso à proteção porque vai se tornar viável”.
O
deputado também aponta melhorias no setor de segurança pública e de
trânsito, como consequência da nova lei.
“O
objetivo é diminuir sensivelmente a violência e drasticamente o
número de carros roubados. Cerca de 470 mil veículos são roubados
por ano no Brasil para abastecer o mercado marginal e criminoso do
desmanche da venda de peças usadas. Obviamente, na esteira desse
roubo, vem a ação criminosa e violenta, que tem vitimado centenas
de milhares de pessoas. Além disso, a lei vai melhorar muito a
segurança no trânsito. Hoje várias peças oriundas desse mercado
clandestino não poderiam estar sendo usadas e ocasionam vários
acidentes, justamente por causa da utilização
inadequada”.
Sobre
os benefícios ambientais, Vergilio ressalta a questão do subproduto
do desmonte, como fluídos de freio, peças que não são reutilizadas,
borrachas em geral; que são descartados incorretamente.
“A
própria carcaça do veículo roubado é descartada no meio ambiente,
de forma aleatória, servindo de criadouro do mosquito da dengue,
por exemplo. Isso vai ser corrigido. As peças que puderem ser
reaproveitadas serão certificadas e recolocadas no mercado, com um
custo muito menor. Logo, ocorrerá a formalização de um mercado,
gerando novos empregos, arrecadando impostos. Já as peças que não
puderem ser reaproveitadas, tanto pela questão de segurança, quanto
por serem inadequadas, como peças de suspensão e de freio, deverão
ser, obrigatoriamente, encaminhadas para reciclagem”.