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Sem receber salário, rescisão contratual e
demais benefícios, trabalhadores do Hospital e Maternidade Mauá, do
Grupo Samcil, vão à Justiça contra a empresa. A decisão foi tomada
ontem entre o SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores em
Estabelecimentos Privados da Saúde no Grande ABC) e cerca de 40
funcionário do complexo, que entrarão com ação coletiva.
A reunião serviu para esclarecer dúvidas dos trabalhadores, como o
fato de poderem trabalhar com registro em outros locais mesmo sem
baixa na carteira de trabalho pelo grupo. Porém, a maioria ficou
frustrada com o fato de que não há dinheiro disponível para quitar
o salário de março, que não foi pago. "Não adianta que não irão
pagar", afirmou o presidente do SindSaúde, Waldir Tadeu
David.
A funcionária, Clenise Aparecida Bavaresco, do Centro Médico -
único a funcionar após as portas do hospital fecharem - afirmou que
era perceptível que havia algo estranho, com a frequente
transferência de pacientes. "Avisaram que fechariam as portas.
Já não tinha comida no restaurante e íamos apenas para bater o
ponto. Nem havia papel higiênico."
Clenise salientou que dias depois do encerramento das atividades
receberam R$ 130 para alimentação. Transporte era arcado por conta
própria. Havia até uma gestante no encontro de ontem, que também
ficou de mão atadas.
Na região, o grupo, que fechou no dia 7, tinha 90 funcionários. O
sindicato orientou que os prejudicados levassem todos os documentos
até a semana que vem a fim de dar início no processo, que prevê a
penhora de bens, inclusive, dos sócios para pagamento dos direitos
trabalhistas.
Comenta-se que o grupo teria retirado todos os equipamentos e
móveis do hospital que poderiam garantir reembolso. "Nosso
jurídico vai avaliar o que podemos fazer", atestou David.
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