Internações e exames complementares têm
aumentos de 13,1% e 10%, respectivamente
BRASÍLIA - Balanço da Federação Nacional de Saúde
Suplementar (FenaSaúde) divulgado nesta terça-feira mostra que o
número de procedimentos das empresas associadas à entidade chegou a
366,3 milhões em 2013 - um crescimento de 7,9% na comparação com o
ano anterior. Entre os procedimentos estão consultas médicas,
exames, terapias, atendimentos ambulatoriais e internações. As
internações e os exames complementares registraram os maiores
aumentos, de 13,1% e 10%, respectivamente.
No
ano passado, a quantidade de beneficiários das associadas à
FenaSaúde cresceu 8,6% - na comparação com um aumento de 4,6% no
mercado de saúde suplementar. Os números da Federação mostram que
os usuários de planos de saúde fazem, em média, 5,4 consultas por
ano. A média anual é de 15,4 exames, 1,1 terapia e 3,5 atendimentos
ambulatoriais por pessoa. No caso das internações, o índice é de
15,4 por cem beneficiários.
Na
avaliação do diretor-executivo da FenaSaúde, José Cechin, os
números mostram um aumento na ocorrência de eventos mais custosos
às operadoras de planos de saúde. Ele ressaltou, por exemplo, que
houve elevação na realização de exames e internações, que são
procedimentos mais caros, em ritmo mais acelerado que o crescimento
no número de beneficiários.
— A
tecnologia torna elegíveis para mais pessoas procedimentos que até
então não eram recomendados. Isso pode ajudar a explicar essa
tendência (de alta no número de internações) — disse
Cechin.
O
estudo mostra um aumento constante, nos últimos três anos, no
número de exames solicitados a cada consulta. Em 2011, havia a
solicitação de 2,49 exames a cada consulta. Em 2013, esse número
passou para 2,8 exames.
A
FenaSaúde fez também um comparativo à realização de ressonância
magnética e tomografia computadorizada pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), Saúde Suplementar, associadas à Federação e em outros países
desenvolvidos a cada mil habitantes. Os dados mostram que, enquanto
o SUS realiza 4,5 ressonâncias, o setor privado registra 90,1.
Quando analisadas apenas as operadoras associadas à FenaSaúde, o
número é de 144,9 ressonâncias. A média desses exames em países
como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França e Reino
Unido não chega a 50 ressonâncias a cada mil habitantes, segundo o
levantamento.
No
caso de tomografia computadorizada, enquanto o SUS realiza 18,4
exames a cada mil habitantes, o mercado realiza 95,1 e as
associadas à FenaSaúde, 145,7. Em outros países, a média é de 128,2
tomografias computadorizadas a cada mil habitantes.
— A
saúde suplementar realiza mais de 20 vezes a quantidade de exames
de ressonância magnética do que o SUS e cinco vezes mais
tomografias que o sistema público — disse Cechin.
— No
Brasil, quem tem plano de saúde faz exames na mesma proporção dos
europeus, canadenses, americanos — afirmou.
As
associadas à FenaSaúde registraram, em 2013, receita de R$ 44,3
bilhões. As despesas totais somaram R$ 42,5 bilhões, sendo R$ 35,7
bilhões em custos operacionais. O resultado operacional foi de R$
1,8 bilhão.
As
associadas encerraram 2013 com um montante de R$ 12,1 bilhões em
provisões técnicas, o que representa 50% de todo o mercado de saúde
suplementar (R$ 24,2 bilhões). Esses valores são reservas
financeiras constituídas ao longo dos anos e que devem ser
mantidas, obrigatoriamente, pelas operadoras e seguradoras de saúde
para garantir o custeio assistencial dos beneficiários do setor de
saúde privada.
Cobertura
A
FenaSaúde divulgou também o 5º Boletim de Indicadores
Econômico-Financeiro, produzido com base em dados da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de setembro de 2013. Os dados
mostram que o percentual de brasileiros com mais de 80 anos
cobertos por planos de saúde é de 31,9%. A taxa média de cobertura
para toda a população brasileira é de 25,3%. No caso da faixa
etária entre 30 e 39 anos, a taxa é de 32,7%.
— A
proporção de pessoas que têm planos de saúde é mais alta entre os
idosos do que entre os jovens e pessoas de idade ativa, com exceção
da faixa de 30 a 39 anos — disse o diretor-executivo da Federação,
José Cechin.