O
mundo vinha em velocidade incrível de transformação e a pandemia
acelerou mais ainda. Até bem pouco tempo, no fim de 2019, vivíamos
sob o temor de que a tecnologia iria acabar com a profissão de
corretor de seguros, mesmo sendo uma das que mais e melhor usam as
ferramentas que surgem – telefone, fax, e-mail, celular,
smartphone, plataformas de comunicação. Com a pandemia, trouxemos
para nossa realidade as videoconferências, paradoxalmente
resgatando a proximidade e o olho no olho com o cliente. É claro
que a tecnologia traz riscos, viver é correr riscos, mas ninguém
quer abrir mão da vida, por isso, a tecnologia também se mostrou
mais oportunidade do que perda.
Com
a realização da pesquisa AVATEC, que identificou o nível de acesso
tecnológico das corretoras de seguros de todo o Brasil, percebemos
que temos que percorrer um caminho para capacitar e
instrumentalizar o corretor de seguros para a sua digitalização.
Foi pensando nisso que o Sincor Digital e a Seggy trouxeram o App
do Corretor, uma plataforma comercial, que permite a inserção do
corretor de seguros no mundo digital. Estamos buscando capacitar e
acompanhar cada transformação da sociedade para inserir o corretor
de seguros na vanguarda.
Pouquíssimas atividades profissionais se adaptaram tão bem a esse
momento de pandemia quanto a do corretor de seguros. Em um país com
uma economia diminuída, quando retrocedeu 9% o PIB nacional, o
nosso setor acena para um crescimento em torno de 2,5% ou 3%, um
oásis no meio do deserto. Tenho dito recorrentemente que a pandemia
trouxe a lucidez a todos daquilo que venho dizendo há tempos: o
quanto é um privilégio ser corretor de seguros e ter uma corretora
de seguros, aqueles céticos que diziam que a profissão iria acabar
agora não querem mudar de atividade, deixar de ser corretor para
ter um comércio.
A tendência da profissão nos
próximos anos é crescer, porque há um caminho enorme a percorrer
ainda. A penetração e a densidade de seguros na sociedade
brasileira ainda é muito baixa e, mais uma vez, a pandemia trouxe a
clara noção para a sociedade que um dos instrumentos mais
garantidores para reparação de perdas, materiais ou afetivas, é o
seguro.
Tudo
isso é consequência de um movimento organizado e estruturado pelos
participantes do nosso setor. “Sozinho, talvez, você possa até ir
mais rápido, mas junto, certamente, vai mais longe e com maiores
conquistas”. Essa frase nos leva a uma reflexão: os banqueiros, que
têm sua capacidade reconhecida e ascensão sobre as sociedades do
mundo inteiro, se unem em sua entidade representativa, a Febraban,
em percentual de 58%, fazendo dela uma força que nenhum chefe de
estado pode se dar ao luxo de não atender e de não procurar se
alinhar.
Ao
longo dos últimos três anos, o Sincor-SP perdeu mais de 50% de sua
receita, quer seja pelo fim da compulsoriedade da Contribuição
Sindical (infelizmente muitos corretores não reconheceram o
trabalho e não pagaram facultativamente) ou pela perda do convênio
para atendimento às vítimas do Seguro DPVAT. Por outro lado, ao
longo de sua história, a entidade nunca teve que atuar e
representar tanto a categoria quanto neste momento.
Há
pouco mais de 18 meses, a nossa categoria tem sido bombardeada com
situações de intranquilidade: a possibilidade de exposição da
comissão nas propostas, a Medida Provisória 905, que trazia na
surdina o fim da regulamentação da nossa profissão, e um
recadastramento feito às pressas, pois a Susep, imaginando que não
mais exerceria supervisão ao corretor, se desfez de seus dados. A
cada momento de intranquilidade recebo uma avalanche de mensagens
cobrando atuação do Sincor-SP. E sempre vamos à luta, defendemos e
vencemos. A resolução 382 ainda está no ar, tentando, mais uma vez,
fazer com que demonstremos ao futuro segurado o montante da nossa
remuneração, nos mobilizamos novamente política, institucional e
juridicamente e, garanto, vamos vencer mais esta.
Por
outro lado, sabemos que as conquistas já obtidas não têm garantia
de serem para sempre. A nossa inserção no Simples, um dos maiores
ganhos diretos em nosso bolso, pode não ser eterna. A reforma
tributária está em plena discussão no Congresso, o governo pode
querer revisitar as categorias optantes pelo Simples ou mesmo as
tabelas que podemos utilizar. Estamos nos antevendo e já atuando
com escritório de advocacia, atentos a essas movimentações e
utilizando de mobilizações políticas também.
Temos a cesta de benefícios do Sincor-SP, com a qual estamos
atentos às necessidades dos associados e constantemente buscando
trazer novidades – uma das principais solicitações da categoria, a
viabilização de um plano de saúde coletivo, lançamos o SinCare.
Criamos o conceito da calculadora de benefícios, com o qual
conseguimos comprovar que ao utilizar os benefícios, o valor da
Contribuição Associativa acaba saindo de graça. Porém, além desses
benefícios que podem ser facilmente monetizados, e são exclusivos
aos associados do Sincor-SP, temos as outras conquistas que
efetivamente atendem a 100% da categoria.
O
Estado de São Paulo congrega, aproximadamente, 46 mil corretores,
entre pessoas físicas e jurídicas e, destes, perto de 9 mil são
associados do Sincor-SP. Agradeço imensamente os cerca de 20% que
custeiam todos os instrumentos necessários para nossas mobilizações
na defesa dos corretores de seguros e peço que se mobilizem para
trazer os que estão sendo beneficiados gratuitamente. Se com 20%
fazemos todos esses enfretamentos e obtemos todas essas conquistas,
imaginem como seria nossa força se tivéssemos números parecidos com
a Febraban. Esse apelo não é em prol da diretoria do Sincor-SP e
nem mesmo da entidade, mas por amar ser corretor de seguros,
profissão que me deu tudo o que tenho e ainda me permite ser agente
de proteção e bem-estar para a sociedade, é que me importo com essa
luta, pela defesa e garantia de nossa profissão.