“O
barato sai caro”, foi o que disse o motorista de aplicativo,
Guilherme Rocha, 23 anos, de São José dos
Campos, interior de São Paulo, ao relatar sua insatisfação e
transtorno com uma Associação de Proteção Veicular, a Multiplus –
Proteção Veicular Brasil.
Em
entrevista ao CQCS, Guilherme contou que contratou a proteção
veicular em setembro de 2020 e três meses depois, em dezembro, teve
um acidente em que precisou acionar a proteção para consertar o
veículo. Foi aí que ele começou a ter problemas.
Quando precisou do auxílio da cooperativa, esperou meses para o
carro ficar pronto, e mesmo assim, não teve o resultado prometido.
“Quando você realmente precisa, eles te deixam na
mão”, lamentou. Guilherme contou que só recebeu o carro em
abril de 2021, quatro meses depois do acidente e com as
peças do carro trocadas.
“Eles trocaram as peças do meu carro. Colocaram peças sem condições
de serem reutilizadas, sem procedência nenhuma. Recebi e depois de
horas, a mangueira estourou. Levei novamente para o conserto e
fiquei mais dois meses sem trabalhar”, relembra.
Ele
conta que o carro voltou com problemas. “O óleo de direção
vazando, tiraram os parafusos do porta-malas, o carro tinha peças
velhas. O air-bag abriu, eles colocaram a tampa de novo, mas uma
tampa usada, sem condições. Eles só destruíram meu carro. Péssimo
serviço”, relatou.
O
motorista decidiu abrir um processo contra a
cooperativa. Ele classificou o episódio como “transtorno,
dor de cabeça e prejuízo”, pois além do aborrecimento, ficou meses
sem trabalhar.
Agora, Guilherme conta que se arrepende por não ter contratado um
seguro antes. “Vale muito mais a pena pagar um seguro, com peças e
atendimento de qualidade. Não façam proteção veicular”,
desabafou.
Vale lembrar que associações de proteção veicular não são
seguradoras. As entidades não contam com a supervisão da Susep,
autarquia ligada ao Ministério da Fazenda que regula o Setor de
Seguros. Além disso, o Mercado de Seguros tem feito
campanhas para alertar os consumidores das desvantagens na
contratação desse tipo de serviço, que é confundido com o mercado
regular.