O setor de seguros no Brasil, que
vem apresentando um crescimento consistente e significativo na
última década e sempre acima do aumento do Produto Interno Bruto
(PIB), deverá crescer 50% nos próximos cinco anos, segundo a
pesquisa “O mercado brasileiro de seguros hoje e nos próximos
anos”. Produzido pela KPMG no Brasil, o levantamento foi realizado
com 38 dos principais executivos do setor País e que representam
mais de 60% do mercado em termos de prêmios.
Outra constatação do documento é
que, representando 1,2% do PIB brasileiro, o setor de seguros
gerais (excluindo saúde e vida), apesar de ter ganhado relevância,
tem uma participação pouco representativa quando comparado a
economias mais maduras.
“Ao compararmos, por exemplo, a
participação dos seguros gerais no PIB brasileiro (1,2%) com
economias como a do Chile (1,5%), de Portugal (2,5%), da Bélgica e
dos Estados Unidos (3%), percebe-se que os seguros ainda
representam muito pouco, apresentando, portanto oportunidade
relevante de crescimento e fortalecimento”, analisa a sócia da
KPMG, Luciene Magalhães. Segundo o levantamento, nos próximos cinco
anos o setor deve passar a representar 1,7% do PIB nacional.
Ainda segundo o estudo, o seguro
patrimonial continua representando o pilar tradicional do mercado
brasileiro, seguido pelos produtos de seguro de vida, que também
apresentam crescimento significativo. Já o setor de saúde é visto
como um dos mais promissores para os próximos anos.
“A saúde ocupa a segunda posição na
lista de desejos dos brasileiros, mas o setor não consegue atender
os requisitos da população. Além disso, apenas aproximadamente 25%
da população possui um plano ou seguro de saúde o que significa um
potencial de desenvolvimento enorme para esse mercado”, afirma
Magalhães.
O estudo concluiu ainda que
o mercado de seguros no Brasil se mantém bastante concentrado,
com os 10 maiores grupos seguradores representando cerca de 85% dos
prêmios diretos em 2013. A expectativa do mercado é que esta
concentração se mantenha nos próximos anos.
Outra constatação foi de que a
maior parte dos participantes acredita que as principais áreas que
devem ser foco de otimização são a gestão de sinistros e os
recursos investidos com publicidade e marketing, com foco cada vez
mais em campanhas de rádio e TV, jornais e revistas especializadas
no setor. As peças publicitárias de rua seguem caminho contrário, e
não devem ter a mesma relevância que nos anos anteriores.
A melhoria na gestão dos processos
litigiosos e o aprimoramento do processo de precificação e de
gestão de prestadores de serviço também foram mencionados no estudo
e são considerados ações prioritárias para a redução das despesas
operacionais e ganho de eficiência.
A maioria dos participantes da
pesquisa acredita que os cinco maiores grupos irão aumentar ainda
mais seumarket share nos próximos anos, principalmente devido
ao crescimento orgânico, uma vez que fusões e aquisições entre
grandes empresas só foram previstas por 25% dos respondentes.
A expectativa é que playersinternacionais continuem a
demonstrar interesse no mercado brasileiro.