Suspensão das consultas e outros serviços agendados
não valerá para os usuários de todos os planos de saúde, mas para
os clientes das operadoras que não negociaram com os médicos ou
apresentaram propostas consideradas insatisfatórias pela
categoriar
Pela segunda vez este ano, os médicos vão parar o atendimento de
rotina aos clientes de planos de saúde para protestar contra as
operadoras. A paralisação será no dia 21 de setembro, com duração
de 24 horas.
Diferentemente da primeira paralisação, ocorrida no dia 7 de
abril, a suspensão das consultas e outros serviços agendados não
valerá para os usuários de todos os planos de saúde, mas para os
clientes das operadoras que não negociaram com os médicos ou
apresentaram propostas consideradas insatisfatórias pela categoria.
Além disso, os profissionais de cada estado irão definir quais
planos serão afetados.
“O protesto é contra os planos que não vieram negociar com
os médicos. Queremos mostrar a inflexibilidade das
operadoras”, disse o vice-presidente do Conselho Federal de
Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá Miranda, uma das entidades
organizadoras do movimento.
Nas próximas semanas, as entidades médicas vão divulgar a lista
dos planos que terão o atendimento paralisado. Segundo Miranda, a
interrupção deve atingir três ou quatro planos por estado. “Um
plano com paralisação em São Paulo não é o mesmo na
Bahia”.
Desde abril, os profissionais cobram das operadoras reajuste
permanente no valor pago pelas consultas e outros procedimentos.
Outra reivindicação é o fim da interferência das empresas na
autonomia dos médicos, como recusar exames ou dificultar a
internação de determinados pacientes.
Em São Paulo, médicos de oito especialidades já decidiram parar
o atendimento a 12 planos de saúde a partir do dia 1º de setembro.
Cada especialidade vai suspender a prestação de serviços por três
dias.
Em maio, a Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério
da Justiça, adotou uma medida preventiva proibindo as entidades
médicas de boicotar os planos de saúde, cobrar taxa extra dos
clientes de planos para fazer o atendimento e promover campanha de
descredenciamento em massa dos médicos conveniados para forçar as
operadoras a pagar mais pelos serviços. De acordo com a secretaria
e o CFM, a paralisação do dia 21 de setembro não contraria a
medida. O conselho tem questionado a decisão na Justiça.
A Federação Nacional de Saúde
Suplementar (Fenasaúde), que representa as 15 maiores operadoras do
país, informou, por meio de nota, que participa das negociações
sobre a remuneração dos médicos credenciados. De acordo com a
federação, as empresas afiliadas estão entre as que pagam os
maiores honorários aos profissionais.