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Despreocupados e despreparados: jovens não se planejam para aposentadoria

Fonte: Correio Braziliense Data: 14 fevereiro 2018 Nenhum comentário

Poucos são os brasileiros que se preocupam com a velhice. E o problema é ainda maior na base da pirâmide social. São raros os casos daqueles que se dão conta do peso das transformações cibernéticas, do movimento que os empurra para um futuro mais qualificado e da importância de poupar e de se proteger com um plano de previdência complementar.

Emily Araújo, 21 anos, parou de estudar no primeiro ano do ensino fundamental. Com quatro filhos — dois casais de gêmeos —, vive sem plano de saúde. Nunca ouviu falar em complementação da aposentadoria. “Eu deixo a vida me levar. Quando preciso, vou ao hospital público. Não penso no futuro. Mas pretendo fazer um curso de enfermagem e outro de informática”, diz.

A mãe de Emily cria os netos. Sempre que pode, trabalha em dois empregos. “Um de manhã, como babá, e outro à noite, como operadora de caixa”, afirma a jovem. Jon Consentino, 24, trabalha com arte e educação em uma escola particular e ganha cerca de R$ 2 mil. “Acho um absurdo esse negócio de ter que se aposentar aos 65 anos. Nessa idade, as pessoas já não têm disposição”, afirma. Ele pretende viajar e fazer trabalhos de “conectividade social”, usando métodos alternativos. “Eu trabalho com música, com arte. Sou um pouco desligado”, destaca.

Denis Rodrigues, 19, e Erica Gomes, 22, são menores aprendizes na área de gastronomia, na Universidade de Brasília (UnB). Recebem uma bolsa de R$ 430. “Pretendo seguir a carreira de webdesigner gráfico. E quando estiver trabalhando, vou logo fazer um plano de previdência. Já aprendi que tenho que juntar dinheiro para o futuro”, conta Denis. Erica vai seguir a carreira de psicóloga. “Como moro com meus pais, 50% do salário irá para a poupança. Me planejei para que essas mudanças aconteçam em minha vida a partir do ano que vem”, declara.

Bruno Sampaio,19, sonha em estudar e trabalhar fora do país. “Eu e meu irmão já conversamos sobre isso. Não vamos ficar no Brasil”, garante. A decisão foi motivada também pelos entraves nos serviços públicos. “Tudo por aqui é difícil. Quando a gente fica doente, só tem que rezar para passar logo. Há cerca de seis meses, tive um problema de saúde. Fui no HRAN, me mandaram para Sobradinho e, de lá, para o Paranoá. Acabei indo para uma clínica particular. O Brasil não tem solução e eu não quero ter uma vida precária”, lamenta.

Futuro

Para o governo, no entanto, os acertos na conjuntura passam pelas reformas estruturais. Arnaldo Lima, assessor especial do Ministério do Planejamento, defende que “a reforma da previdência é a reforma da igualdade”. Ele diz que, hoje, nosso sistema é injusto. Quem ganha um salário mínimo se aposenta aos 60 anos, e quem recebe seis ou sete vezes mais, aos 50. “Depois da reforma, senadores, deputados, juízes, na esfera federal e estadual, se aposentarão com a mesma idade do trabalhador da iniciativa privada e todos estarão sujeitos ao teto no INSS, de R$ 5,6 mil. Então, a reforma é justa, não é?”, destaca.

Ele lembra que o Brasil terá no futuro menos pessoas em idade ativa, que precisam ser mais produtivas. Ele discorda da avaliação de alguns técnicos de que, no futuro, só haverá trabalho de Tecnologia da Informação (TI). “O modelo de crescimento que adotamos é para incluir todos”, diz, tendo em vista que, não só a população ocupada qualificada aumentou nos últimos 14 anos, como também aqueles com salário baixo. “Entre os beneficiários do Bolsa Família, por exemplo, se vê que as taxas de escolaridade dos filhos e netos é bem maior. A nossa geração futura é cada vez mais preparada.”

Os idosos, de acordo com o assessor especial do Planejamento, também não terão dificuldade de achar emprego. “Isso não é verdade. Quanto mais elevada a idade, comparando 1995 com 2015, menor a taxa de desemprego. O mercado de trabalho quer pessoas cada vez mais produtivas, mais qualificadas”, diz. Em 1991, 3,7 milhões de aposentados trabalhavam. Em 2015, são 5,4 milhões. A reforma trabalhista, nesse sentido, contribuirá, porque vai permitir uma flexibilização: o regime em tempo parcial.

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“Tem gente que vai dizer que trabalho parcial é precário. Também não é verdade. No tempo parcial se ganha o dobro. O salário médio por hora do parcial é de R$ 24,38, enquanto no integral é de R$ 11,67. Com isso, os idosos ganham mais e trabalham menos”, constata. Ele deixa claro que as políticas públicas são criadas, executadas e priorizadas de forma integrada no Executivo. Mas, em última análise, é o Congresso que aprova o orçamento.

Mulheres do Brasil tem reunião no DF

 

O Mulheres do Brasil — núcleo DF, se reúne no próximo dia 26, das 17h30 às 20h30, no Conjunto Culturual Banco do Brasil (CCBB), para uma palestra da vice-presidente do grupo Sônia Hess, mentora do programa Winning Women Brasil. O Mulheres do Brasil foi criado em outubro de 2013 com o objetivo de discutir temas ligados ao país. O grupo é composto por mulheres de vários segmentos que têm, em comum, o propósito de serem protagonistas na construção de um Brasil melhor. Tem uma agenda propositiva com planos de ação para pensar e agir pensando no todo, por um país melhor. O grupo não tem partido.

 

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