Para o presidente da
Associação Brasileira de Economia da Saúde – ABrES Sólon Magalhães
Vianna, as raízes do SUS remetem aos anos 70
Levantamento realizado pela Frente Parlamentar de Enfrentamento
ao Crack da Assembleia Legislativa de São Paulo mostra que 79% das
cidades do estado não contam com leitos hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SUS) para dependentes químicos. E 63% dos prefeitos
paulistas afirmam que não ajudam financeiramente instituições ou
entidades comunitárias que atendem pacientes químicos. A pesquisa
foi divulgada nesta terça-feira (20) na Assembleia. O estudo
revelou que o crack - presente em todos os municípios
pesquisados - está sendo fortemente utilizado por
trabalhadores de usinas de cana-de-açúcar e na indústria
cerâmica.
Para fazer o estudo, os deputados estaduais mandaram
questionários para os 645 municípios paulistas. Os prefeitos de 325
cidades, onde vivem 76% da população do estado, enviaram suas
respostas. De acordo com os pesquisadores, 80% dos dependentes de
crack são jovens e adultos em plena atividade, com idade entre 16 e
35 anos. Quase todos os prefeitos dizem que recebem recursos dos
governos estadual e federal, mas, segundo os deputados, essa ajuda
se concentra nos municípios de maior porte.
Os parlamentares apresentaram a cada prefeito dez perguntas. A
primeira delas foi: “Qual a droga mais presente em sua
cidade?”. As respostas serviram para traçar um quadro que eles
consideram “preocupante”. O crack - feito de pasta base de cocaína
e bicarbonato de sódio - está mais presente nos municípios
paulistas do que a cocaína, a maconha e as drogas sintéticas.
Segundo o levantamento, em cidades médias do interior do estado
- com população entre 50 mil e 100 mil habitantes - o crack é tão
citado quanto o álcool como a droga mais usada, com 38% das
manifestações dos prefeitos cada um. Os dois tipos de droga estão
empatados, por exemplo, nas regiões de Barretos, Ribeirão Preto,
São José dos Campos e na região central do estado.
"Os dados apontam que os municípios paulistas estão
desamparados, clamando recursos públicos, recursos humanos e
equipamentos para enfrentar o avanço do crack", diz o deputado
Donisete Braga, coordenador da Frente Parlamentar de Enfrentamento
ao Crack e Outras Drogas da Assembleia Legislativa de São
Paulo.
O levantamento mostra que o crack foi citado como a droga mais
presente em 31% das cidades paulistas. De acordo com o deputado
Orlando Bolçone, integrante da Frente Parlamentar, o crack está
presente em todos os municípios pesquisados. O álcool ainda está em
primeiro lugar: 49%. A cocaína é a mais presente em 10% das
cidades. E a maconha lidera a lista de preocupações do prefeito em
9% dos municípios pesquisados.
Das 15 regiões administrativas do estado, é na região de Marília
que o álcool aparece com mais citações (66%). A região de São José
dos Campos apresenta maior número de citações sobre o crack, com
46,6%.
Em cidades médias, álcool e crack empatam como mais
usados
Das 15 regiões administrativas do estado, é na região
de Marília que o álcool aparece com mais citações (66%). A região
de São José dos Campos apresenta maior número de citações sobre o
crack, com 46,6%.